A diversidade e a inclusão: do discurso à ação

A continuada onda de protestos das últimas semanas tem obrigado o mundo a abrandar uma vez mais o passo e a refletir sobre todas as questões relacionadas com a inclusão e a diversidade e sobre o como é cada vez mais difícil passar ao lado de questões que afetam o dia a dia de muitos de nós. Mais do que nunca, chegou a hora de prestar atenção aos anseios e às necessidades daqueles que são também uma parte significativa dos nossos públicos. O holofote está, definitivamente, apontado às marcas e a verdade é que, mais do que discursos inclusivos e magnânimos, espera-se que todas – e não apenas as que estão expostas a audiências mais vastas – atuem proativamente e em conformidade. Naturalmente, o caminho a percorrer é ainda longo e inclui múltiplos obstáculos. Ao mesmo tempo, devemos também refletir – de forma célere, mas profunda – sobre as motivações da própria mudança. É a única forma de sermos eficazes na mensagem e consequentes na efetivação dessa mudança. O exemplo mais atual deste (novo?) paradigma é o ‘Stop Hate for Profit’, um movimento que juntou marcas globais como a Adidas, a Best Buy, a Unilever ou a  Coca-Cola, para apelar a um boicote generalizado à rede social Facebook (e também ao Instagram), pela sua incapacidade ou falta de vontade em bloquearem ou banirem conteúdos que incitam o ódio, o racismo ou a violência. E, apesar do timing um pouco questionável, já que coincide com um período de grandes cortes nos orçamentos publicitários, o que é realmente triste e perturbador é assistir à reação de quase indiferença de Mark Zuckerberg – basicamente, por dois motivos essenciais: (i) o facto de os grandes anunciantes representarem apenas 20% das suas receitas; e (ii) a crença que esses mesmos anunciantes vão querer regressar rapidamente a sítios onde têm sido felizes.

Photo by Priscilla Du Preez on Unsplash

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